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DDM de Garça registra duas queixas contra psiquiatra mariliense por importunação sexual

A Polícia Civil intensificou as investigações contra um médico psiquiatra acusado de importunação sexual em atendimentos realizados nas cidades de Garça e Marília. O profissional, que atuava no Caps (Centro de Atenção Psicossocial) de Garça, enfrenta múltiplas denúncias que tornam sua situação cada vez mais grave.

A delegada Renata Yumi Ono, responsável pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Garça, confirmou que dois boletins de ocorrência foram formalizados na última sexta-feira (17), ambos envolvendo o mesmo médico. As vítimas relatam episódios de importunação sexual durante consultas psiquiátricas.

O primeiro caso é de uma mulher de 41 anos, paciente do psiquiatra há vários anos. Ela contou que, ao longo do tratamento, o médico passou a fazer perguntas de cunho íntimo, alegando necessidade para ajuste da medicação. Em uma consulta no fim de 2024, a situação teria se agravado: o profissional teria feito elogios inapropriados, segurado a paciente contra a mesa, tentado beijá-la e passado a mão sob sua saia, chegando a tocar no cinto.

Mesmo após repelir o agressor, a vítima afirmou que ele continuou com os comentários de conotação sexual nas consultas seguintes. Dependente das receitas médicas, ela manteve o tratamento até que seu estado emocional piorou. Só decidiu formalizar a denúncia depois de saber de relatos semelhantes de outras mulheres.

A segunda vítima iniciou o acompanhamento com o psiquiatra em 2018, quando tinha 17 anos. No início, comparecia às consultas acompanhada pela mãe, mas em uma delas — quando estava sozinha — o médico teria perguntado se ela tinha namorado e, ao final, puxado seu braço e beijado o canto de sua boca.

A jovem relatou o episódio à mãe, mas a denúncia não foi registrada à época por falta de compreensão sobre a gravidade dos fatos. Mais tarde, incomodada com a postura do médico e com o desconforto dele diante da presença de acompanhantes, decidiu interromper o tratamento.

Segundo a delegada Renata Ono, ambos os casos estão em apuração pela DDM, com coleta de provas, oitivas das vítimas e demais diligências necessárias para o envio do inquérito ao Ministério Público (MP).

O médico já foi afastado de suas funções. Ele foi desligado do Caps pela Associação Hospitalar Beneficente do Brasil, empresa terceirizada responsável pela contratação, e também suspenso de suas atividades pela Unimed Marília, onde prestava atendimentos.

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