A judoca paralímpica Alana Maldonado escreveu mais um capítulo histórico em sua trajetória no esporte. Nesta quarta-feira (14), em Astana, no Cazaquistão, ela conquistou o tricampeonato mundial na categoria até 70kg da classe J2 (para atletas com baixa visão), tornando-se a primeira judoca brasileira a alcançar esse feito em Campeonatos Mundiais da IBSA (Federação Internacional de Esportes para Cegos).
Alana venceu a cazaque Ayala Mareke na final e subiu ao lugar mais alto do pódio com autoridade e emoção. “É uma emoção muito grande. Foi muito trabalho, mas conseguimos — mais um título, tricampeonato mundial. Me sinto muito honrada, muito feliz. Essa vitória é nossa, de toda a equipe que está comigo”, declarou a atleta paulista após a conquista.
A vitória em Astana soma-se a uma carreira repleta de títulos: Alana é bicampeã paralímpica (Tóquio 2020 e Paris 2024), campeã mundial em 2018 (Portugal), ouro nos Jogos Parapan-Americanos, e já subiu ao pódio em diversas Copas do Mundo e edições anteriores dos Jogos Paralímpicos, incluindo a prata no Rio 2016.
O desempenho da atleta ajudou a Seleção Brasileira a atingir sua melhor campanha da história em Campeonatos Mundiais de judô paralímpico. Somando as medalhas dos dois primeiros dias de combates, o Brasil já contabiliza 11 pódios — cinco ouros, cinco pratas e um bronze — superando a marca anterior de Baku 2022.
Alana, natural de Tupã, descobriu a doença de Stargardt aos 14 anos. Já praticava judô desde os quatro, mas, somente em 2014, quando entrou para a faculdade de Educação Física em Marília, começou no judô paralímpico com o apoio da AMEI (Associação Mariliense de Esportes Inclusivos).
A competição ainda contará com disputas por equipes mistas e o Brasil lidera o quadro de medalhas até o momento, à frente de potências como os atletas paralímpicos neutros (da Rússia) e a Geórgia.