A vereadora Delegada Rossana Camacho (PSD) convocou uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (5) na sala “Nasib Cury”, no prédio da Câmara Municipal de Marília, para se pronunciar sobre a possível troca de cadeiras, que já pode ser oficializada na segunda-feira (9), com a posse do novo parlamentar municipal: o policial militar aposentado José Carlos Albuquerque (Podemos).
Conforme apurado, a recontagem dos votos deverá acontecer nesta sexta-feira (6), mas ainda não há confirmação oficial pelo Cartório Eleitoral. Albuquerque teve 1.291 votos e Rossana, 1.436, mas com a anulação dos votos do Mobiliza – por conta da fraude na cota de gêneros constatada em decisão da Justiça Eleitoral – o ex-policial passa a ser eleito.
Antes, o quociente eleitoral era de 6.673 votos por partido para a conquista de uma cadeira na Câmara. Com a anulação dos votos do Mobiliza – que teve 4.908 votos na legenda –, o quociente passará a ser de 6.384 votos após a recontagem. Consequentemente, Albuquerque fica com a última sobra, porque o Podemos teve mais votos na legenda do que o PSD, de Rossana. O partido de Albuquerque obteve 9.051 votos na legenda (até pela votação expressiva da vereadora Fabiana Camarinha), enquanto o de Rossana atingiu 5.979 votos.
Pela legislação eleitoral, os candidatos a vereança em Marília precisam de 20% do total de votos do quociente para serem eleitos. Com a recontagem, o máximo de votos exigidos para uma cadeira fica em 1.276. Albuquerque teve 1.291 e automaticamente tira a cadeira de Rossana.
Na coletiva de imprensa, Rossana Camacho esclareceu que não participou de nenhuma fraude e que o erro foi cometido por uma candidata do partido Mobiliza. “Achamos injusto, porque a eleição se ganha nos votos conquistados. Infelizmente, fomos afetados por causa do erro dos outros”, destacou.
ENTENDA /A Justiça Eleitoral determinou a anulação dos votos do partido Mobiliza e a recontagem do quociente eleitoral e partidário em Marília, o que pode impactar a composição da Câmara Municipal. Esta decisão é decorrente de uma ação movida por José Carlos Albuquerque (Podemos) contra o partido Mobiliza por fraude na cota de gênero. Albuquerque apresentou provas de que as candidatas Juliana Ferreira do Nascimento, Silvia Maria Solfa Crispim e Fabiana Lehnhardt não realizaram campanha efetiva. Juliana, por exemplo, residia em Florianópolis e não participou do processo eleitoral local. O presidente do partido, Sandro Espadoto, contestou as alegações, mas foi considerado inelegível por oito anos. A Câmara ainda não foi oficialmente notificada e o caso pode ser objeto de recurso.