A vacina oral contra a poliomielite será oficialmente aposentada em menos de dois meses. É o que garante o Comitê Materno-Infantil da Sociedade Brasileira de Infectologia. Popularmente conhecida como gotinha, a dose será substituída pela vacina inativada, aplicada no formato injetável.
A previsão é que a retirada da vacina oral ocorra até 4 de novembro. Em Marília ainda não existe previsão para essa mudança ser realizada, mas ela será feita, assim como no restante do país. A substituição pela dose injetável tem o aval da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização e é recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
No ano passado, o Ministério da Saúde já tinha informado que passaria a adotar exclusivamente a dose injetável no reforço aplicado aos 15 meses de idade, até então feito na forma oral. O mesmo tipo de aplicação é feito aos 2, 4 e 6 meses de vida, conforme o Calendário Nacional de Vacinação. Já a dose de reforço contra a pólio, antes aplicada aos 4 anos, segundo a pasta, não será mais necessária, já que o esquema vacinal com quatro doses vai garantir proteção contra a doença.
A atualização considerou critérios epidemiológicos, evidências relacionadas à vacina e recomendações internacionais sobre o tema. Desde 1989, não há notificação de casos de pólio no Brasil, mas as coberturas vacinais sofreram quedas sucessivas nos últimos anos. O país foi classificado, em 2023, como de alto risco para a reintrodução do poliovírus devido à queda na cobertura vacinal por anos consecutivos desde 2015.
Em Marília, neste ano, foram aplicadas 4.642 doses, representando uma cobertura vacinal de 40,93%. O público-alvo na cidade é composto por 11.340 crianças, que podem ser vacinadas, acompanhadas dos pais ou por um responsável, nas unidades de saúde, de segunda a sexta, das 8h às 17h.