Atleta mariliense supera previsões médicas e alcança recorde no atletismo paralímpico

O jovem mariliense Kervin Zorzela, de 19 anos, é exemplo de superação e determinação. Após passar, durante a infância, por 26 cirurgias nos pés, Zorzela se tornou atleta paralímpico com recordes nacionais e mundiais. Atualmente, ele ocupa o 1º lugar nos rankings brasileiros dos 100 metros rasos, dos 200 metros rasos e no salto em distância, além de possuir marca paralímpica mundial para a classe T-43.

Kervin conta que, ao nascer, seus pais perceberam que havia algo diferente em seus pés. Com o tempo, ele foi diagnosticado com tálus vertical, uma condição rara que atinge recém-nascidos e é uma das principais causas de “pé chato” em crianças pequenas. Apesar de não causar dores na infância, a falta de tratamento pode resultar em complicações no futuro. 

Dessa forma, Zorzela precisou ficar com as pernas imobilizadas por gesso em seus primeiros meses de vida. O jovem recebeu alta médica aos 14 anos. Até então, ele já havia passado por mais de 20 cirurgias e o prognóstico não era positivo: dificilmente ele conseguiria andar. 

O destino, entretanto, guardava outros planos para Kervin. Aos poucos, ele começou a treinar futebol e, dois anos depois, foi convidado a praticar atletismo pelo treinador Alecsandro Ramos. “O Lecão me convidou para correr no atletismo porque achou que eu corria bem. Depois, eu fui para o paralímpico”, relembra o atleta. 

Em 2022, Kervin Zorzela foi aprovado em teste do Comitê Paralímpico Brasileiro realizado em São Paulo. Em sua primeira competição, durante a “Paralimpíada Escolar”, ele quebrou recorde mundial na modalidade de 100 metros. Anteriormente fixado em 12,22 segundos, a marca do atleta foi de 12 segundos. No salto em distância, ele também é recordista. “São dois anos mantendo esses recordes e espero superá-los em breve”, afirma Kervin.

Assim como inúmeros atletas, o jovem mariliense também enfrenta dificuldades para financiar a carreira no esporte. Atualmente, ele conta com patrocínio da Vitta Residencial Construtora e Incorporadora, além de apoio do Governo Federal, por meio do Bolsa Atleta, e da Unimar, universidade onde estuda.

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