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Câmara de Marília debate avanços e carências no cuidado a autistas e neurodivergentes

Realização da audiência pública atende requerimento de autoria da vereadora Vânia Ramos (Foto: Will Rocha)

A Câmara Municipal de Marília promoveu, na noite do último dia 20, uma audiência pública para debater as deficiências que o município ainda enfrenta no acompanhamento e tratamento de pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e outros transtornos neurodivergentes. Realizado no plenário da Casa Legislativa, o evento reuniu entidades, especialistas, mães atípicas, vereadores e a secretária municipal da Saúde, Paloma Libanio.

A iniciativa partiu de um requerimento da vereadora Vânia Ramos (Republicanos), aprovado por unanimidade no dia 14 de abril. “Esta é uma temática sensível e urgente. Temos que ter um olhar atento ao que está acontecendo nas escolas, nas comunidades, nas unidades de saúde e com as dificuldades que as mães atípicas enfrentam diariamente. O processo de escuta é constante e entendi que era a hora de abrir esse espaço para que as pessoas tenham voz e sejam ouvidas. Assim, podemos construir juntos políticas públicas que garantam um atendimento mais eficaz e humanizado e que promovam avanços na conscientização, inclusão e no respeito aos direitos dos autistas e pessoas com transtornos neurodivergentes”, destacou Vânia Ramos.

Durante duas horas de audiência, foram apresentados relatos e análises técnicas sobre os obstáculos enfrentados por famílias e profissionais da área. Camila Fonseca, mãe atípica, falou sobre sinais de alerta do autismo e a importância do diagnóstico precoce. A fisioterapeuta pediátrica Ariane Lopes Tavares explicou alterações motoras em crianças com TEA. Já Dayana Wendy dos Santos, fundadora do projeto “Fortes e Corajosas Mães Atípicas”, abordou a saúde mental das mães cuidadoras e a urgência por redes de apoio efetivas.

Paloma Libanio, secretária da Saúde, destacou os investimentos realizados para qualificar o atendimento. “Estamos promovendo capacitações para diagnóstico, aumentando o número de vagas em entidades parceiras e buscando melhorias no fluxo de atendimento”. Mesmo assim, ela reconheceu que há avanços a serem feitos.

Após as falas, o microfone foi aberto para manifestações do público e questionamentos dos vereadores. Dentre os problemas apontados, destacaram-se a dificuldade de acesso a uma educação verdadeiramente inclusiva — com cuidadores treinados e presentes nas escolas —, o atraso no diagnóstico clínico, a sobrecarga das mães cuidadoras e a ausência de legislação municipal que regulamente protocolos de atendimento.

O presidente da Câmara, Danilo da Saúde (PSDB), reforçou o compromisso com o tema: “As portas estão abertas. Marília vive um novo momento e não tenho dúvidas de que vocês estão sendo vistas e ouvidas, não só pela Câmara, mas também pelo Executivo. Esta união de esforços é fundamental.”

A audiência atendeu ao disposto na Lei nº 5863, de 17 de junho de 2004, que regula a realização de debates públicos em Marília. Participaram ainda os vereadores Fabiana Camarinha (Podemos), Rossana Camacho (PSD), Agente Federal Junior Féfin (União), Delegado Wilson Damasceno (PL), Elio Ajeka (PP), Guilherme Burcão (DC), Thiaguinho (PP) e Wellington Corredato, o Batata (PP).

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