O pedido de abertura de CP (Comissão Processante) contra o prefeito de Marília, Vinicius Camarinha (PSDB), foi rejeitado pela Câmara Municipal nesta segunda-feira (8). Dos 17 vereadores, 16 participaram da votação — 15 de forma presencial e um de maneira remota, devido à licença médica de Guilherme Burcão (DC). Apenas um voto favorável foi registrado, de Luiz Eduardo Nardi (Cidadania). O vereador Elio Ajeka (PP), que acompanha o prefeito em viagem ao Japão, foi o único ausente. Com ampla maioria contrária, o requerimento foi arquivado.
O pedido havia sido protocolado pelo advogado Alysson Alex, ex-assessor especial do governo Daniel Alonso (PL). A denúncia apontava que o chefe do Executivo não manteria residência efetiva em Marília, como exige a Lei Orgânica do Município, indicando endereço em São Paulo ligado a empresas de sua família — entre elas, um escritório de advocacia. Segundo a representação, isso configuraria incompatibilidade legal, já que o Estatuto da OAB proíbe o exercício da advocacia por prefeitos no exercício do mandato.
Outro ponto apresentado foi a suposta utilização de uma aeronave modelo Cirrus SR22, avaliada em cerca de R$ 5 milhões. O denunciante questionou a origem dos recursos e a real propriedade do bem. O requerimento também solicitava a obtenção de documentos junto a órgãos como Anac, OAB e Receita Federal, além de comprovações sobre a residência do prefeito.
No entanto, com a decisão da Câmara nesta segunda-feira, o processo não terá prosseguimento. Até o momento, o prefeito Vinicius Camarinha, que cumpre agenda oficial no Japão, não se manifestou publicamente sobre o pedido de CP.
CONTEXTO /A denúncia foi apresentada dias após a divulgação do relatório final da intervenção na concessionária RIC Ambiental, responsável pelo abastecimento de água e esgoto de Marília. No documento, o interventor Cesar Henrique da Cunha Fiala apontou despesas consideradas irregulares, como o patrocínio de R$ 40 mil mensais ao MAC (Marília Atlético Clube) — presidido por Alysson Alex, autor da representação rejeitada pela Câmara.