A Câmara Municipal de Ocauçu concluiu, na última semana, as investigações da CEI (Comissão Especial de Inquérito) nº 001/2025 e prepara seu relatório para enviar ao Ministério Público. Segundo o presidente da Câmara Municipal de Ocauçu, Vinícius Colombo Menegucci, investigação trata de uma suposta “rachadinha” e também de suposta troca de favores que teriam sido realizadas pelo atual prefeito Dito Costa e Silva (PSD) e o secretário municipal de Arquitetura, Urbanismo, Habitação e Projetos, João Paulo Soares.
Menegucci também afirmou que a Comissão de Inquérito conta com dois áudios trocados entre Dito e terceiros que levantam tais suspeitas. Por meio de requerimento para a instauração da CEI, vereadores justificam que “nos áudios que seguem em anexo, o Prefeito Municipal propõe de forma coercitiva esquema de ‘rachadinha’ entre secretários municipais e funcionários públicos, e no
áudio do secretário João Paulo, este fala sobre esquema de corrupção e empresa de fachada para desvio de dinheiro público.”
O documento também informa que áudios teriam sido gravados por um dos interlocutores, o ex-secretário municipal do Esporte, Mateus Beraldo dos Santos, que é citado como possível testemunha.
Ainda de acordo com o Presidente da Câmara, requerimento para criação da CEI data de 21 de janeiro desse ano, após denúncia encaminhada à Casa de Leis por meio da ouvidoria. Investigação chegou a ter prazo prorrogado por 90 dias porque investigados não queriam depor. Há cerca de 20 dias, requerimento foi apresentado pela presidente da comissão, vereadora Nayara Colombo Marzola Cavenaghi, com base no Art. 132 do Regimento Interno da Câmara e no Art. 78 da Lei Orgânica do Município.
Entre os principais motivos para o pedido de prorrogação estava a solicitação, por parte da defesa do prefeito, para que a oitiva dos investigados ocorresse somente após o encerramento de outras fases da investigação. Essa mudança de cronograma exigiu a reorganização das diligências e impactou o andamento dos trabalhos da CEI.
Além disso, os membros da comissão identificaram a necessidade de requisitar novos documentos à Prefeitura, considerados fundamentais para o esclarecimento completo dos fatos apurados. O tempo adicional solicitado teve como objetivo garantir uma análise minuciosa das provas e depoimentos já colhidos, bem como das oitivas que, à época, ainda precisavam ser realizadas — incluindo as do próprio prefeito e demais envolvidos. Segundo o requerimento, a não prorrogação dos trabalhos poderia comprometer a investigação, extinguindo a comissão antes da conclusão das diligências essenciais e inviabilizando a consolidação das provas já produzidas.
Os membros da CEI devem apresentar o relatório das investigações em breve. A reportagem tentou ouvir o prefeito Dito Costa e Silva e o secretário João Paulo Soares, mas, até o fechamento desta edição, não houve resposta.