Estudo inédito dos Cartórios de Registro Civil de São Paulo mostra que 230 crianças e adolescentes até 17 anos ficaram órfãos de um dos pais em Marília desde o ano de 2021. Os dados encaminhados ao O DIA revelam que o segundo ano da pandemia da covid-19 foi o que apresentou o maior número de registros, sendo que a doença foi responsável por deixar 37 crianças e adolescentes órfãos, de um total de 73 em 2021.
No ano seguinte, em 2022, o total apresentou redução, caindo para 42, voltando a subir um ano depois, quando 69 crianças e adolescentes perderam um dos pais. Já este ano, até outubro, o total é de 46. Para chegar a esses dados, os cartórios fizeram o cruzamento de CPFs (Cadastro de Pessoas Físicas) dos pais existentes nos registros de óbitos com o de nascimento de seus filhos. Desta forma, foi possível verificar o número de órfãos em todo o país ano a ano. “Até a metade de 2019, não havia a obrigatoriedade de inclusão do CPF dos pais no registro de nascimento, inviabilizando uma correlação exata entre ambos os registros, número que ficou consolidado a partir de 2021”, explica a Arpen-SP (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais) em nota encaminhada ao jornal.
O material traz ainda análise de Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen-SP, sobre os números. Segundo ele, os dados são vitais para a elaboração de políticas públicas no país. “Inclusive para que os governos possam se planejar para atender esta grande demanda de orfandade no Brasil”, explica.
CAUSAS /O estudo destaca que 43 crianças e adolescentes até 17 anos ficaram órfãos de pelo menos um de seus pais em Marília em razão da covid-19 durante o período analisado. São apontadas ainda como algumas das maiores causas de falecimento dos pais doenças como infarto, AVC (Acidente Vascular Cerebral), sepse e pneumonia.
