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Casal acusado de torturar e matar homem terá julgamento em fevereiro de 2026

Foto: O DIA

A Justiça marcou para 10 de fevereiro de 2026 a audiência de instrução, debates e julgamento de Anderson de Jesus Ferreira, o “Alemão”, e Natália Nunes Silva, acusados de homicídio quadriplamente qualificado pela morte de Agnaldo Souza Barbosa, ocorrida em julho de 2025, no bairro Palmital, em Marília. Ambos permanecem presos preventivamente, conforme decisões que destacam a gravidade do crime e a periculosidade do casal.

O avanço do processo marca um novo capítulo em um caso elucidado principalmente graças às imagens captadas por câmeras de segurança. Os vídeos, obtidos pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) em imóveis vizinhos, foram decisivos para reconstruir a dinâmica do crime e desmentir as primeiras versões apresentadas pelos acusados.

As gravações mostram que Anderson e Natália agiram em conjunto desde o início, participaram ativamente das agressões e ainda retornaram ao local para intensificar a violência, revelando extrema crueldade. As imagens embasaram o indiciamento, a conversão das prisões e a denúncia apresentada pelo Ministério Público.

O CASO

O crime ocorreu na noite de 9 de julho de 2025, em um terreno baldio na rua Santos Dumont. Agnaldo foi encontrado por policiais militares com diversos cortes no pescoço e queimaduras pelo corpo e nas roupas. O laudo necroscópico apontou hemorragia aguda externa traumática provocada por golpes de arma branca como causa da morte.

Anderson foi detido por populares nas proximidades, com sangue pelo corpo e sinais de luta. Em depoimento inicial, afirmou ter agredido a vítima com um pedaço de madeira e uma garrafa após uma discussão por R$ 10 para consumo de crack, tentando atribuir a Natália a facada fatal e a tentativa de incendiar o corpo. Natália, por sua vez, alegou ter sido apenas testemunha e afirmou ter permanecido no local sob ameaça.

As imagens, contudo, mostraram que ambos forçaram Agnaldo a entrar no terreno e o agrediram com pedaços de madeira, garrafadas e facadas. Também registraram o momento em que o casal retorna e ateia fogo à vítima repetidas vezes.

Segundo a perícia, cerca de 20% das queimaduras foram produzidas enquanto Agnaldo ainda estava vivo, indicando intenso sofrimento. Os gritos da vítima chamaram a atenção de moradores, e a aproximação de populares fez o casal fugir.

Com provas consideradas incontestáveis, Natália teve a prisão temporária decretada em 10 de julho e posteriormente convertida em preventiva. Anderson, detido em flagrante no dia do crime, teve a custódia mantida. Com a audiência marcada, o caso segue agora para uma nova fase, quando testemunhas serão ouvidas e os réus poderão apresentar formalmente suas defesas perante o juiz.

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