Decreto aponta risco potencial de nova epidemia de dengue a partir de outubro

O decreto nº 14.455, de 12 de setembro de 2024, publicado na última sexta-feira, dia 13, no Domm (Diário Oficial do Município de Marília) e assinado pelo prefeito Daniel Alonso (PL), aponta a existência de risco potencial de uma nova epidemia de dengue no município a partir da 43ª semana epidemiológica, relativa a outubro. Segundo o documento, a cidade está com circulação ativa do vírus da dengue dos tipos 1 e 2, enquanto municípios do DRS-9 (Departamento Regional de Saúde) da chikungunya, o que pode acarretar o crescimento significativo de casos das doenças, que são transmitidas pelo mesmo vetor, o Aedes aegypti.

Até a última semana epidemiológica, a 36ª, encerrada em 9 de setembro, Marília registrava 9.828 casos de dengue, sendo 231 neste segundo semestre. São 15 mortes por complicações da doença. A prefeitura notificou 14, pois não contabiliza o óbito de uma adolescente em Jaú que passava férias em Bariri, contudo o Estado coloca na conta do município. 

Apesar dos boletins de notificação compulsória, divulgados no Portal da Transparência, divulgarem que este ano não foram confirmados registros de chikungunya, o CVE-SP (Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo) informa um registro, ocorrido em maio, e 19 notificações suspeitas até julho em Marília, últimos dados disponíveis. Na área de cobertura do O DIA, o destaque é Alvinlândia, com 233 casos de chikungunya em 2024. Vera Cruz registrou quatro no mesmo período, enquanto Oriente três e Lupércio dois.

No decreto do último dia 13, o município destaca que as emergências climáticas podem expandir as áreas de distribuição de vetores como mosquitos, aumentando a incidência de doenças como a chikungunya, dengue e zika. Marília tem enfrentado altas temperaturas, com baixa umidade relativa do ar com frequência. “O grau de resposta ao enfrentamento das arboviroses urbanas está diretamente associado à capacidade do sistema em prevenir o aumento de casos e à organização de forma precoce do controle do vetor para a mitigação da doença”, diz o documento.

Comitê Municipal de Enfrentamento às Arboviroses é atualizado

A prefeitura ressalta ainda no decreto a emergência e a necessidade da articulação de ações intersetoriais, de forma planejada e de acordo com o cenário epidemiológico, para o combate ao vetor. Para isso, destaca o papel do Comitê de Enfrentamento às Arboviroses para organização do trabalho de maneira colegiada. 

Comitê, criado no decreto que declarou situação de emergência na cidade por epidemia de dengue, em fevereiro deste ano, foi atualizado no novo documento, incluindo novos membros, como os secretários municipais da Saúde, Marcelo Gallo Jorge Esteves, Helter Bochi, da Educação, Fernando Oliveira Paes, da Limpeza Pública e Serviços, Márcio Augusto Spósito, do Meio Ambiente, e a presidente do Comus (Conselho Municipal de Saúde), Tereza Aparecida Machado. 

Além de secretários e da representante do Comus, o Comitê Municipal conta com participação das Vigilâncias Epidemiológica e Sanitária, Setor de Zoonoses, representantes da ESF (Estratégia Saúde da Família) e de serviços administrativos e do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador).

Conforme o Ministério da Saúde, a dengue possui padrão sazonal, com aumento do número de casos e o risco para epidemias principalmente entre os meses de outubro de um ano a maio do ano seguinte. Os cuidados para combater a doença, assim como a chikungunya, devem ser realizados ao longo de todo o ano e não apenas no verão, com ênfase nos meses que antecedem o período das chuvas.

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