Marília, uma das principais cidades do Interior paulista, tem visto um crescimento significativo no mercado imobiliário nos últimos anos, especialmente em função da alta demanda por imóveis de locação, impulsionada pela presença de mais de dez mil estudantes universitários que buscam moradia para cursar graduação e pós-graduação. Esse contingente aquece não apenas o setor imobiliário, mas também movimenta a economia local de forma geral.
O primeiro trimestre do ano é, tradicionalmente, o período de maior procura por imóveis para locação na cidade. De acordo com anos anteriores, os indicadores apontam que a busca por moradias para alunos representa de 50% a 70% do movimento nas imobiliárias da região.
Os bairros mais procurados são os que ficam próximos aos principais campi universitários, como Fragata, Araxá e Cavallari. A proximidade com as universidades é um dos principais fatores que atraem os estudantes para essas áreas. Além de movimentar o mercado imobiliário, a chegada dessas pessoas tem um impacto direto no comércio local. Supermercados, restaurantes, padarias, farmácias e outros estabelecimentos próximos aos campi observam um aumento significativo no fluxo de clientes, o que contribui para o fortalecimento da economia na cidade.
O efeito da alta demanda por locação também se reflete em um aumento nos preços dos aluguéis, especialmente em áreas mais procuradas. Muitos optam por dividir moradias, formando repúblicas, o que permite diluir os custos e facilita a adaptação ao orçamento limitado que, muitas vezes, caracteriza a vida universitária. Os apartamentos com dois dormitórios são os mais procurados, já que houve uma mudança de comportamento do aluno, que hoje prefere dividir o espaço com poucas pessoas, o que no passado era exceção, já que as grandes repúblicas em casas espaçosas eram a realidade da vida estudantil.
Na região, Bauru e Assis também registram aumento no volume de locações devido ao novo fluxo. Em Bauru, cidade com cerca de 20 mil estudantes, o aporte financeiro do público universitário representa 1% do PIB do município, calculado em R$ 15 bilhões no ano.