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Estoques de sangue em todo o estado de São Paulo enfrentam déficit

Hemocentro de Marília divulga regularmente o estoque de sangue. Foto: Reprodução

Às vésperas da maior festa popular do Brasil, o Carnaval, o governo estadual manifesta preocupação com a queda nos estoques de sangue em todo o território paulista, que estão se aproximando de 50%, segundo dados da Fundação Pró-Sangue do Hemocentro de São Paulo. De acordo com a médica hematologista e hemoterapeuta da Fundação Pró-Sangue, Selma Soriano, “o estoque de sangue para utilização transfusional abaixo de 50% é considerado crítico. Ao atingir esse nível, é necessário adotar medidas imediatas para aumentar os estoques e diminuir o uso dos hemocomponentes”, explica a médica.

Segundo o último levantamento divulgado pelo Hemocentro de Marília, no dia 17, a classificação da situação dos quatro tipos de sangue com fator RH negativo é urgente, sendo que o tipo B- tem estoque zerado. Já os estoques dos tipos sanguíneos O+ e A+ estão em alerta, já que seriam necessárias 240 bolsas de cada tipo disponíveis no Hemocentro, mas atualmente há apenas 103 de O+ e 99 de A+.

Uma das estratégias para gerenciar a distribuição do sangue disponível em São Paulo é o monitoramento contínuo das ações por meio de um painel centralizado, que opera 24 horas, conforme explica Selma. “Esse painel permite um intercâmbio entre os nove centros públicos do estado de São Paulo e viabiliza ações imediatas para aumentar os estoques, como ampliar o horário de funcionamento, abrir postos de coleta aos finais de semana e enviar o ônibus de coleta até o doador”, detalha. Além disso, a médica complementa que “a integração entre os hemocentros, promovida pela Hemorrede da Secretaria Estadual da Saúde, possibilita o remanejamento de bolsas de sangue conforme a necessidade de cada região”.

No caso específico da falta de tipos sanguíneos raros, como os dos grupos B e AB, Selma explica que é feito o uso racional do sangue, priorizando os pacientes com maior urgência. “A maioria das transfusões pode aguardar 24, 48 ou até 72 horas. Nessas situações, utilizamos critérios rigorosos para liberar o sangue apenas para quem realmente precisa naquele momento”, esclarece. Ela ressalta que essa gestão criteriosa “contribui para evitar desperdícios e garantir que os estoques sejam suficientes para atender emergências”.

Seja um doador

Tornar-se um doador é muito simples. Basta ir até o Hemocentro e levar um documento oficial com foto. Mulheres devem ter peso superior a 51 quilos, enquanto os homens devem ter mais de 50 quilos. Ambos devem ter entre 18 e 60 anos, caso seja a primeira doação. Quem já for doador pode continuar doando até completar 70 anos. Menores de idade a partir de 16 anos podem doar, desde que acompanhados de um responsável. É importante destacar que pessoas que estão tomando medicamentos, como antibióticos, ou que estejam com gripe ou resfriado, precisam esperar pelo menos 15 dias após o término do tratamento para doar.

O horário de funcionamento do Hemocentro de Marília é de segunda a sábado, das 7h às 13h, na rua Lourival Freire, 240, no bairro Fragata. Mais informações pelo telefone (14) 3434-2541.

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