Um crime brutal de violência doméstica terminou de forma trágica em Marília e chocou familiares e moradores no dia de Natal. A Polícia Civil confirmou, em 25 de dezembro, a morte de Vanessa Anizia da Silva de Carvalho, de 43 anos, vítima de feminicídio. O companheiro dela, Alan Rodrigo Santana Correa, de 43 anos, confessou o crime e indicou o local onde havia ocultado o corpo, em Vera Cruz.
O caso começou a ser investigado na madrugada do dia 23 de dezembro, quando familiares procuraram a polícia para registrar o desaparecimento do casal. Segundo os relatos iniciais, o relacionamento era marcado por conflitos frequentes e episódios anteriores de violência doméstica. A preocupação aumentou após declarações feitas pelo suspeito a parentes, insinuando, em tom considerado inicialmente de brincadeira, que teria matado a companheira.
No decorrer das diligências, a Polícia Civil passou a tratar o caso como possível feminicídio. Testemunhos apontaram que Vanessa teria sido agredida e colocada à força dentro de um veículo após uma discussão ocorrida na residência do casal, em Marília. Desde então, nenhum dos dois havia sido localizado.
Na tarde do dia 25, Alan se apresentou. Ele alegou receio de comparecer diretamente à delegacia devido à presença de familiares. A entrega ocorreu em local previamente combinado com a polícia, nas imediações de um shopping na zona Norte. Em seguida, ele conduziu os agentes até uma estrada vicinal em Vera Cruz, onde o corpo de Vanessa foi encontrado em uma bacia de contenção de água, coberto por capim seco, numa tentativa de ocultação do cadáver.
De acordo com a polícia, o corpo estava em avançado estado de decomposição. Alan confessou ter desferido golpes de canivete contra a companheira durante uma discussão, na manhã do dia 23 de dezembro, alegando que teria agido em legítima defesa. Após constatar que Vanessa não reagia mais, ele decidiu não levá-la ao hospital, transportou o corpo no próprio carro e o abandonou na área rural.
Além do feminicídio, o suspeito foi preso em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver, considerado de natureza permanente. O veículo utilizado foi apreendido e passará por perícia. A arma usada no crime não foi localizada. O corpo de Vanessa foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal), onde exames necroscópicos deverão esclarecer oficialmente a causa da morte.
A Polícia Civil também acionou a Delegacia de Defesa da Mulher para acompanhamento do caso, que segue sob investigação. Alan permanece preso.
Devido ao estado de decomposição do corpo, não foi possível a realização de velório. O sepultamento estaria marcado para o início da tarde desta sexta-feira (26), no cemitério da Saudade, em Marília.
