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Fim das sacolinhas: Procon exige opções ecológicas gratuitas no comércio de Marília

Reunião entre Procon, Meio Ambiente e supermercados discute alternativas ecológicas para o consumidor. Foto: Divulgação

Uma nova legislação em vigor em Marília determina o fim da distribuição de sacolas plásticas convencionais no comércio da cidade. A medida visa reduzir o impacto ambiental causado pelo uso excessivo do plástico e obriga os estabelecimentos a oferecerem alternativas ecológicas gratuitas de embalagem, como caixas de papelão.

Para orientar os comerciantes, o Procon Marília promoveu uma reunião com representantes da Apas (Associação Paulista de Supermercados) na manhã da última quarta-feira (23), na sede do órgão. Participaram representantes de redes como Preço Certo, Florentino, Kawakami, São Francisco, Tauste e Confiança — juntas, elas somam 13 lojas e representam cerca de 70% do faturamento do setor na cidade.

De acordo com a diretora do Procon, Valquíria Galo Febrônio Alves, é fundamental que a nova norma garanta o equilíbrio entre os direitos do consumidor e a preservação ambiental. “O consumidor precisa ter opção. Muitos fazem compras com dinheiro contado e não podem ser obrigados a pagar pela sacola. O direito do consumidor está ligado ao direito ao meio ambiente sustentável”, ressaltou.

A diretora também alertou que supermercados não podem vender sacolas contendo propaganda da loja, o que configuraria venda casada — prática proibida pelo Código de Defesa do Consumidor.

Segundo o secretário adjunto do Meio Ambiente e Serviços Públicos, Rodrigo Más, a iniciativa segue uma tendência internacional. “Chile, Estados Unidos e países da Europa já não distribuem mais sacolas plásticas. Estamos no caminho certo. O centro da questão é mitigar o impacto ambiental do plástico”, afirmou.

Estudos apontam que o Brasil consome entre 13 e 15 bilhões de sacolas plásticas por ano — o que representa entre 35 e 41 milhões de unidades descartadas por dia. Isso equivale, em média, a 800 sacolas por habitante ao ano. Para o secretário, embora a medida não resolva o problema sozinha, é um primeiro passo necessário. “Assim como fizemos com os canudos, essa mudança é gradual. Mas ela precisa começar”, concluiu.

O diretor regional da Apas, Sérgio Reis da Silva, destacou que os supermercados apoiam a mudança e querem estimular o uso de sacolas retornáveis. “O objetivo não é vender sacolas, mas incentivar o consumidor a levar as suas. Isso reduz o uso de plástico e também os custos operacionais, o que aumenta a competitividade”, explicou.

Ao final da reunião, a recomendação do Procon foi clara: durante o período de adaptação, os supermercados devem oferecer opções gratuitas de embalagem aos clientes, como caixas de papelão. O objetivo é garantir o consumo sustentável e respeitar os direitos da população.

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