Para reforçar a prevenção e o combate ao fogo, a Fundação Florestal — vinculada à Semil (Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo) — destinou R$ 11 milhões à Operação SP Sem Fogo neste ano. O recurso será aplicado em tecnologia, ampliação de equipes e estratégias integradas de monitoramento e resposta rápida em Unidades de Conservação de todo o Estado. O reforço inclui satélites, drones térmicos, capacitação e ampliação de equipes na temporada crítica de queimadas, muitas deles provocadas de forma criminosa.
O risco de queimadas fez com que a Estação Ecológica de Marília, criada em 2010, ficasse fechada durante o ano passado. A estação é uma unidade de conservação de proteção integral que abriga importantes remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual, parte da Mata Atlântica. Além de preservar ecossistemas e processos ecológicos, o espaço é usado para pesquisas científicas e atividades de educação ambiental. Assim como outras áreas protegidas do Estado, enfrenta riscos maiores de queimadas durante o período de estiagem.
Entre as aquisições estão 12 motobombas, 1.100 ferramentas manuais, 200 mochilas costais, lanternas táticas e quatro tanques flexíveis de 20 mil litros para abastecimento em áreas remotas. O reforço inclui também a contratação de 57 bombeiros civis e o uso de oito caminhões-pipa, 35 quadriciclos, 40 veículos leves e 75 caminhonetes com motobombas.
O sistema de monitoramento ganhou dois satélites capazes de detectar focos de calor em tempo real, integrados às plataformas SMAC (Sistema de Monitoramento e Alerta Climático) e PANTERA, que cruzam dados de sensores, clima, vegetação e histórico de queimadas, gerando alertas com até 24 horas de antecedência. Drones com câmeras termais complementam o trabalho, inclusive em áreas de difícil acesso ou no período noturno.
As informações são analisadas na Sala SP Sem Fogo, centro de comando da Defesa Civil que integra dados meteorológicos, imagens de satélite e relatórios de campo. Em 2025, a Fundação promoveu 15 oficinas regionais com cerca de 3 mil participantes e treinamentos no Sistema de Comando em Emergência (SICOE) para gestores das UCs.
“A combinação de inteligência climática, presença territorial, capacitação contínua e tecnologia de alta precisão é o que nos permite proteger de forma mais eficaz nossos patrimônios naturais e zonas de amortecimento”, afirmou o diretor-executivo da Fundação Florestal, Rodrigo Levkovicz.