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Idosa espera há mais de dois anos por cirurgia para correção de bexiga caída

Mutirão de cirurgia deve atender reduzir fila de espera. (Foto: Agência Brasil)

Teresinha de Lourdes Silva dos Santos, de 60 anos, moradora de Marília, espera há mais de dois anos para fazer uma cirurgia corretiva de um caso grave de cistocele, quando a bexiga chega até a parede vaginal. No caso de dona Teresinha, ela já apresenta queda da bexiga e do útero, com deslocamento dos órgãos para fora do corpo, caso ela fique mais que dez minutos em pé.

Aos 60 anos, a idosa enfrenta limitações que a impedem de manter sua rotina e a tornam dependente de ajuda até para tarefas simples do dia a dia. Sua situação, compartilhada por tantas outras mulheres, expõe a grave crise no sistema de saúde pública de Marília, onde pacientes têm suas vidas profundamente afetadas pelo agravamento de problemas de saúde, muitas vezes causado pelo constante adiamento de cirurgias essenciais, a única solução viável em casos avançados como o dela.

A filha, Sirlene, conta que a situação piorou bastante e que a mãe já não consegue andar, tem sangramentos constantes, febre e toma antibióticos que já não fazem mais efeito. Segundo o relato, há mais de dois anos ela vem tentando fazer uma cirurgia corretiva para o problema. Passou por atendimento no HC, onde fez diversos exames, mas o procedimento cirúrgico sempre foi protelado sob alegação de que a fila de espera é grande.

Há cerca de seis meses, ela foi transferida para outro hospital, o que trouxe esperança à família de resolução do drama, mas o caso permanece sem avanços. A previsão mais recente é que a cirurgia seja feita em março de 2025, mas sem confirmação. “Na situação em que minha mãe está, esperar mais quatro meses é muito difícil. O caso é de urgência e não temos condições de pagar por uma cirurgia particular, infelizmente, porque se fosse o caso já teríamos feito”, explica Sirlene.

Mais recentemente, o surgimento de uma mancha na pele, que está aumentando, preocupou mais a família. Dona Teresinha já teve hanseníase e qualquer alteração preocupa os familiares. “O exame deu compatível com esclerodermia, mas não estão conseguindo tratar.” De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a esclerodermia “é uma doença que se caracteriza por fibrose (endurecimento) da pele e dos órgãos internos, comprometimento dos pequenos vasos sanguíneos e formação de anticorpos contra estruturas do próprio organismo”.

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