Índice de preços não capta realidade climática e alimentos devem aumentar

Apesar dos dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgados na última terça-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrarem uma deflação de -0,02%, influenciada principalmente pelo setor de alimentos e bebidas, a expectativa é de aumento nas próximas semanas para os consumidores que frequentam as feiras e os supermercados. Isso porque os efeitos climáticos ainda não alcançaram o bolso dos marilienses.

De acordo com fontes consultadas pelo O DIA na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), que em Marília fica na região Norte, as safras já devem estar impactadas com a seca e os incêndios, principalmente as frutas e hortaliças. Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o preço desses dois itens são os que tendem a subir mais rapidamente por causa dos impactos do clima, o que pressionará a inflação de setembro e de outubro.

Recentemente, alguns produtos tiveram sim reduções, como a batata inglesa (-19,04%), o tomate (-16,89%) e cebola (-16,85%), influenciados principalmente pela grande oferta no mercado. Mas isso foi antes do ápice dos incêndios e a leitura do IPCA não captou os últimos acontecimentos.

Outro produto bastante produzido na região é o café e ele também pode sofrer consequências com o clima. Setembro é mês de florada, mas a falta de chuvas indicada nas previsões deve comprometer o ciclo. Fator que provavelmente pressionará os preços é a cotação do produto, que ficou valorizado 87% no mercado internacional. As empresas vinham evitando repassar essa alta ao consumidor brasileiro, mas agora segurar esse repasse ficou inviável. 

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