O Governo do Estado de São Paulo implementou um serviço pioneiro de monitoramento rápido dos tipos de vírus circulantes nas cidades paulistas, como os sorotipos da dengue, o que permite às autoridades de saúde tempo oportuno para articular ações preventivas. Esse trabalho ocorre por meio das chamadas unidades sentinelas de arboviroses, sendo uma delas localizada em Marília.
Ao todo, são 71 unidades distribuídas pelo Estado. Por meio delas, os profissionais da saúde coletam dados e enviam ao Instituto Adolfo Lutz, que faz análises laboratoriais. Após a detecção de vírus, a SES (Secretaria de Estado da Saúde) toma medidas de controle e prevenção, direcionando adequadamente os recursos e esforços no controle das arboviroses urbanas.
De acordo com o diretor técnico do Centro de Respostas Rápidas do Instituto Adolfo Lutz, Adriano Abbud, cada unidade sentinela realiza a coleta de duas a cinco amostras por semana dos pacientes atendidos que preenchem os critérios de caso suspeito de dengue, zika vírus ou chikungunya, como febre alta, dor atrás dos olhos e dor de cabeça.
Após a detecção do vírus existente na amostra, nos casos de dengue, é feita a sorotipagem para identificar se é sorotipo 1, 2, 3 ou 4. “Atualmente, o sorotipo 3 é o mais preocupante, pois estava há anos fora de circulação. Ou seja, significa que as pessoas que tiveram dengue nos últimos anos não se infectaram por esse sorotipo, então não têm resistência imunológica contra ele, abrindo margem para uma reinfecção. E sabemos que a segunda infecção por dengue causa sintomas mais graves”, explica Abbud.
Por isso, o trabalho de monitoramento realizado pelo Estado é crucial. “Quanto mais cedo descobrimos qual é o tipo de vírus e qual sorotipo está circulando na região, mais rápido podemos preparar a estrutura dos serviços de saúde para atender os pacientes em um possível aumento de casos, além de concentrar ações de prevenção”, detalha o diretor técnico.
“O óbito por dengue é evitável por meio do atendimento rápido e efetivo, que deve ser colocado em prática antes mesmo do diagnóstico por dengue. Se apresentou o sintoma, deve ser feito o manejo clínico do paciente e tratar os sintomas com eficiência”, conclui Adriano Abbud.