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Marília registra alta de quase 60% nos acidentes com escorpiões e acende alerta na Saúde

Escorpião-amarelo é a principal espécie que causa acidentes graves, com registro de óbitos e considerada a mais venenosa da América do Sul. Foto: Governo de SP

Marília enfrenta um aumento expressivo nos casos de escorpionismo em 2025. Dados da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, referentes às semanas epidemiológicas 1 a 29 (até 19 de maio), apontam 150 registros de acidentes com escorpiões neste ano, contra 94 ocorrências no mesmo período de 2024. O salto representa um crescimento de 59,6% no número de casos.

O avanço local acompanha uma tendência observada em todo o país. Segundo levantamento do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), do Ministério da Saúde, os acidentes com escorpiões no Brasil subiram de aproximadamente 67 mil registros em 2014 para mais de 170 mil em 2023. Recentes estudos conduzidos por pesquisadores da Unesp, campus Araraquara, apontam que o país vive uma “epidemia silenciosa”, com uma elevação de cerca de 250% no número de acidentes na última década. O estudo, divulgado por meio da Agência Fapesp, contabiliza a soma de 1,17 milhão de casos entre 2014 e 2023 e prevê, com base em modelos matemáticos, que o número anual de acidentes pode superar 270 mil até 2033, caso a curva de crescimento se mantenha.

Em casos de picada de escorpião, a orientação das autoridades de saúde é lavar imediatamente o local da ferroada com água e sabão e, se possível, aplicar compressa de água morna para aliviar a dor. A vítima deve ser encaminhada o mais rápido possível a um serviço de Pronto Atendimento. Em Marília, pacientes adultos com indicação para soroterapia são referenciados ao Hospital de Clínicas, enquanto crianças devem ser levadas ao Hospital Materno Infantil, onde existe estrutura especializada para o manejo dos casos mais graves.

A Prefeitura de Marília, por meio da Vigilância Epidemiológica, destaca que a proliferação de escorpiões está fortemente ligada a condições ambientais propícias: acúmulo de lixo e entulho, terrenos baldios, infiltrações e presença de baratas (principal fonte de alimento), especialmente em períodos de chuva e calor intenso.

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