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Paralisação de professores da rede estadual tem baixa adesão em Marília

Adesão à greve é pequena em Marília e não deve afetar aulas - Foto: Reprodução

Professores da rede estadual de ensino farão paralisação nesta sexta-feira (25). Durante assembleia que será realizada pela categoria em São Paulo, será decidido se darão ou não continuidade à greve. Segundo o diretor estadual da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Juvenal de Aguiar Penteado Neto, adesão dos professores é pequena em Marília – como também nos demais municípios do estado de São Paulo –  e não deve afetar aulas. “Tentamos fazer o trabalho, mas a categoria está com medo. Existe uma pressão grande em cima dos professores, inclusive com ameaça de demissão, então a maioria não adere”, informou o diretor.

Comitiva de 20 professores marilienses composta em sua maioria por aposentados irá até São Paulo onde participará de assembleia, juntamente com profissionais de outros municípios. Entre as reivindicações está reajuste salarial de 6,27% no piso da categoria para haver reflexo em toda a carreira, adequação à média salarial do piso de profissionais que possuem ensino superior no estado de São Paulo, devolução do confisco salarial dos aposentados e o descongelamento do tempo de serviço dos professores durante a pandemia. “Já ganhamos a ação julgada pelo Supremo Tribunal Federal para que o salário de todos os professores estaduais tenha reajuste de 10,15%, mas o governo não pagou, a ação está paralisada. Também precisamos que contem o tempo de mais de dois anos de trabalho durante a pandemia porque os professores trabalharam e esse tempo não é válido para nenhum benefício na carreira, inclusive aposentadoria”, explicou Neto.

De acordo com o diretor da Apeoesp, categoria também é contra as plataformas de ensino e a atribuição de classes ser realizada de forma online. “Queremos que a atribuição seja transparente e que os estudantes não usem as plataformas de ensino porque não permitem a formação crítica do aluno”, completa.

Ele também destacou que atualmente o principal problema das escolas estaduais é a falta de respeito com professores, diretores e funcionários. “O professor trabalha com uma pressão enorme, trabalha doente, abalado emocionalmente. Se o professor substituto faltar dois dias por motivo de doença é dispensado. Muitos professores estão deixando de trabalhar.”

Segundo Neto, as turmas das escolas estaduais de Marília têm entre 35 e 50 alunos (Ensino Fundamental) e podem ultrapassar os 50 alunos no Ensino Médio. Quantidade de estudantes por turma dificulta o trabalho do professor. Categoria também é contra o bônus por critérios de excelência – cujo pagamento foi anunciado pelo Governo do Estado para o mesmo dia da greve dos professores -, a privatização das escolas e a escola Cívico-Militar, modelo que pode ser implantado na Escola Estadual Benito Martinelli, em Marília. “Muitos professores não conseguem receber o bônus porque não atingem a meta estabelecida. Isso depende muito da escola em que trabalham. E com a privatização das escolas e a implantação do modelo Cívico-Militar vai piorar tanto a qualidade do ensino quanto o salário dos professores”, completa.

De acordo com a Apeoesp, diversos professores já comunicaram o sindicato que “na consulta aos valores provisionados descobriram que seus bônus variam entre R$ 1,13 e R$ 82,00, como se esses fossem os valores que merecem receber pela sua dedicação ao magistério na rede estadual de ensino.” Marília possui atualmente cerca de 5 mil professores que atuam em 22 escolas estaduais de Ensino Fundamental e Ensino Médio.

ATO PÚBLICO /No próximo dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, Apeoesp realizará ato público juntamente com outros sindicatos de Marília. Categoria fará caminhada pela avenida Sampaio Vidal desde a agência dos Correios até a Praça Saturnino de Brito. Na oportunidade, professores pretendem entregar uma carta ao prefeito Vinicius Camarinha contendo suas reivindicações. “Convidamos toda a população para participar desse ato”,  conclui Neto.

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