Depois de pressão e reclamações de agentes de controle de endemias e comunitários de saúde, a prefeitura desistiu de implantar o novo horário de trabalho destes profissionais. A medida que gerou polêmica seria implantada a partir dessa segunda-feira, dia 11, mas provocou onda de protestos e acionamento do sindicato da categoria para barrá-la. Segundo os servidores, o novo expediente iria prejudicá-los, já que muitos têm outras obrigações à noite, como estudo, trabalho extra para complementar renda e cuidados com filhos e parentes acamados.
A prefeitura queria que os agentes trabalhassem até o mês de maio das 7h30 às 12h e das 15h30 às 19h. Em nota encaminhada ao O DIA, na última sexta-feira, dia 8, destacou que a alteração iria ocorrer para evitar a forte exposição ao sol dos servidores nos dias de intenso calor e para reduzir as pendências nas visitas aos imóveis no trabalho de controle da dengue, já que, no horário comercial, muitos se encontram fechados, o que impossibilita a verificação e a fiscalização de rotina.
Para a prefeitura, diante do atual cenário epidemiológico de Marília, diminuir as pendências, que atualmente chegam a 42%, é fundamental. Com o recuo, a Saúde vai desenvolver uma estratégia para que os agentes possam visitar esses imóveis fechados no horário normal do expediente. A medida que a prefeitura tentou adotar não estava em cláusula. Ela teve como base o decreto 14.263, publicado no Diário Oficial de Marília no dia 6 de fevereiro e que declara situação de emergência no município por epidemia de dengue e institui o comitê de enfrentamento às arboviroses. Atualmente, segundo dados da prefeitura, Marília tem 1,9 mil casos de dengue e registrava, até o fechamento desta matéria, cinco óbitos pela doença (quatro autóctones e um importado).