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Relatório aponta necessidade de perícia em dados da concessão do Daem

Vista do Daem, antes da concessão à iniciativa privada; relatório pede perícia - Foto: Assessoria de Imprensa

O relatório de 235 páginas da equipe do governo eleito para a Prefeitura de Marília tem um capítulo que aborda a concessão do Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília) e aponta a necessidade de perícia especializada nos dados do processo. Segundo o documento, a análise e a avaliação dos impactos da concessão do departamento à iniciativa privada são importantes para que a nova administração possa avaliar os benefícios e os desafios do processo e tome decisões informadas sobre o futuro dos serviços de água e esgoto.

A diferença significativa entre o valor proposto pelo consórcio vencedor e o estimado pela prefeitura no edital é um dos pontos que merece ser avaliado pelo novo governo. “Enquanto o edital previa investimentos de cerca de R$ 2,3 bilhões ao longo de 35 anos, a proposta vencedora ofereceu um valor total de investimentos de apenas R$ 475.249.750,00, ou seja, cerca de 80% menor do que o previsto. Essa discrepância levanta suspeitas sobre a capacidade da empresa em cumprir as obrigações contratuais e garantir a qualidade dos serviços”, destaca.

O documento informa ainda que o consórcio apresenta como previsão de faturamento um valor muito superior ao investido, estimado em mais de R$ 4,2 bilhões ao longo do período de concessão. Para a equipe do novo governo, essa disparidade entre investimentos e receitas projetadas levanta questionamentos sobre a rentabilidade do negócio e a possibilidade de aumento das tarifas cobradas. “Uma análise detalhada dos contratos, dos processos licitatórios e dos indicadores de desempenho é essencial para verificar se a concessão trouxe os benefícios prometidos para a população mariliense. A realização de uma perícia especializada é fundamental para garantir a transparência do processo de concessão. Os resultados da perícia poderão servir como base para a tomada de decisões futuras e para a adoção de medidas corretivas, caso sejam identificadas irregularidades ou descumprimento das obrigações contratuais”.

Em resposta ao O DIA sobre o relatório, a assessoria de imprensa da gestão passada, do ex-prefeito Daniel Alonso, informou que o documento não foi elaborado pela equipe de transição, composta por oito membros, sendo quatro ligados à gestão passada e quatro do atual governo. “Portanto, tal documento é desprovido de qualquer validade”.

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