O município de Ocauçu enfrenta um surto da síndrome mão-pé-boca. O primeiro caso foi identificado no dia 8 de setembro e, até a tarde desta segunda-feira (15), já haviam sido confirmados 25 casos na cidade.
A diretora municipal de Higiene e Saúde de Ocauçu, Márcia Regina Espin de Carvalho, informou que a busca ativa por pessoas com sintomas da doença começou no dia 28 de agosto e foi encerrada no domingo (14).
Segundo ela, as crianças menores de cinco anos são as mais afetadas. “Por esse motivo, foram feitas visitas à pré-escola, com orientações sobre os sintomas característicos e a importância de procurar o Centro de Saúde para avaliação e diagnóstico médico.” A diretora acrescentou ainda que houve instruções sobre a desinfecção e a limpeza da escola e dos brinquedos.
Qualquer pessoa que apresentar sinais da doença — como erupções avermelhadas, aquecimento local em pés, mãos e boca (com possibilidade de espalhar-se pelo corpo), além de febre — deve procurar atendimento médico para notificação, diagnóstico e tratamento. “Lembrando que o tratamento é sintomático; não existe medicação específica, pois a infecção é causada por vírus”, explicou Carvalho. Os sintomas costumam durar, em média, de cinco a sete dias após o surgimento das lesões.
Ela destacou ainda que, para se prevenir, é essencial higienizar bem as mãos, especialmente após usar o banheiro e antes de preparar alimentos; cobrir boca e nariz ao espirrar; manter afastadas as pessoas contaminadas até o fim dos sintomas; evitar aglomerações; não ter contato físico, como beijos e abraços, com pacientes; trocar e lavar regularmente as roupas comuns e de cama dos doentes; além de garantir higiene ambiental e ventilação adequadas. Nas creches, o cuidado com a higienização das mãos durante a troca de fraldas é fundamental para impedir a transmissão do vírus.
“Também é importante descartar fraldas e lenços em lixeiras com tampa; retirar da sala de brinquedos materiais de difícil limpeza, como bichos de pelúcia, durante o período do surto; e lavar com água e sabão, seguido de desinfecção com solução sanitária diluída, todas as superfícies de objetos, brinquedos, paredes, interruptores, maçanetas, mesas, cadeiras, entre outros. Além disso, não se deve compartilhar mamadeiras, talheres e copos”, salientou a diretora de Saúde.
DOENÇA /A síndrome mão-pé-boca é uma doença infecciosa causada, em geral, pelo vírus Coxsackie A16. Embora também possa acometer adultos, é mais frequente na infância, especialmente em crianças menores de cinco anos. Costuma haver febre alta nos dias que antecedem o aparecimento das lesões, que surgem na boca, amígdalas, faringe, palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões se manifestam como manchas vermelhas com pequenas vesículas brancas, que podem evoluir para ulcerações. Outros sintomas incluem mal-estar, falta de apetite, vômitos e diarreia.
A transmissão ocorre pelo contato direto com pessoas infectadas, fezes, saliva, secreções e objetos contaminados. Mesmo após a recuperação, o paciente pode transmitir a doença pelas fezes por até quatro semanas.
A síndrome regride naturalmente após alguns dias. O ideal é manter repouso, beber bastante líquido e ter uma alimentação equilibrada. Evitar a circulação de crianças em locais públicos durante o período do surto ajuda a conter a propagação do vírus.