O clima seco e os ventos fortes de agosto são ideais para soltar pipa. Apesar de divertida, a brincadeira muito comum durante as férias escolares pode representar um risco à vida de motociclistas, ciclistas e pedestres por conta do uso de linha com cerol. O artefato, feito de cola e vidro moído, é praticamente invisível a olho nu e pode causar ferimentos e cortes profundos, resultando até mesmo em mortes.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, de janeiro a maio de 2024, foram registrados 70 atendimentos a pacientes vítimas de objetos cortantes (pipa) nas cidades abrangidas pelo DRS (Departamento Regional de Saúde) de Marília. Nenhuma morte. Em todo o estado de São Paulo, foram contabilizadas 1.326 ocorrências, o que representa um crescimento de 139% em relação ao mesmo período do ano passado.
Além dos motociclistas, o perigo costuma atingir também as crianças, que podem não perceber a linha durante uma brincadeira na rua ou, ao identificar uma pipa enroscada em rede elétrica, podem tentar se aproximar para retirá-la, causando lesões por queimaduras.
Para motoqueiros, quando atingidos pelo cerol, com influência da velocidade do vento e do deslocamento, o ferimento pode ser ainda mais grave e profundo. São inúmeros os riscos, como hemorragia, ao lesionar vasos importantes; insuficiência respiratória aguda, ao lesionar a traqueia; e cegueira, quando ocorre o trauma ocular.
O uso de cerol e outros tipos de linhas cortantes é proibido no estado de São Paulo conforme a Lei 17.201/2019 que proíbe o uso, a fabricação e a comercialização do produto.