O juiz da Vara da Fazenda Pública de Marília, Walmir Idalêncio dos Santos Cruz, julgou procedente a ação movida pela Rede Voa com pedido de despejo do Aeroclube das dependências do Aeroporto Frank Miloye Milenkovich, sob concessão desde 2022. A decisão foi tomada após o fracasso de acordo durante audiência de conciliação, realizada nesta terça-feira (7), no Fórum.
Segundo o diretor do Aeroclube, Jolando Gatto, a entidade vai entrar com recurso cabível para tentar adiar a saída da área que só existe devido a doação de terra, feita por famílias da cidade como forma de fomentar a aviação. “Ressalto que o saguão e outras edificações do local foram construídas com dinheiro dos associados, na época. Temos mais de dez planadores e 4 aeronaves no hangar e isso a gente não consegue transportar de local do dia para a noite”, explica.
Durante a audiência, a diretoria do Aeroclube ofereceu o pagamento mensal de R$ 5 mil para a Voa, seguindo o que consta nos autos onde a empresa declara que ofereceu proposta de valor simbólico, de R$ 1 metro quadrado para permanência do Aeroclube.
No texto, o juiz faz uma menção à importância histórica do Aeroclube. “Lamenta-se, ademais, pela circunstância de que a história do aeroclube se confunde com a bela história da própria cidade de Marília, notável por sua influência na aviação civil nacional, formação de pilotos e berço de grande empresa do setor (…)”.
Em atividade desde a década de 40, o Aeroclube de Marília ocupa um prédio com 3,3 mil metros quadrados e três hangares, o equivalente a apenas 5% do total da área sob concessão. Mesmo assim, a manutenção das atividades no espaço do aeroporto representa um entrave para a concessionária, que alega prejuízos financeiros.
Em quase um século de história, a cidade acompanhou a formação de centenas de pilotos, muitos com projeção internacional, e o local foi o berço do surgimento da empresa aérea TAM – atual Latam – sob as mãos do comandante Rolim, motivo de orgulho para cidade e amantes da aviação.
