A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) divulgou na última semana que “trabalha no limite” e depende da construção de uma nova fábrica para conseguir atender a demanda do SUS (Sistema Único de Saúde) pela vacina da dengue. O posicionamento da fundação ocorreu depois de o governo federal anunciar que aposta em uma parceria entre a Takeda, farmacêutica fabricante da vacina, e a Fiocruz, para expandir a oferta das doses no Brasil.
Em nota, a Fiocruz declara que as tratativas avançaram, mas ainda não aponta quando será assinada a parceria, nem estima quantas doses serão fabricadas. Mas o órgão público deixa claro que a estrutura atual exige cortar a entrega de outras vacinas para produzir a Qdenga, imunizante disponível atualmente no sistema público de saúde para combater os efeitos da doença entre crianças e adolescentes. Marília e cidades da região receberam no mês passado centenas de doses para aplicar nos moradores menores de idade.
A fundação afirma que a produção das doses vai ocupar a mesma plataforma de outros imunizantes, como da febre amarela e da tríplice viral, exigindo “balanceamento na carteira de vacinas ofertadas”. A Fiocruz e o Ministério da Saúde ainda devem decidir quais imunizantes serão cortados.
“A produção da vacina contra a dengue da farmacêutica Takeda implicará, necessariamente, na interrupção ou redução drástica da produção de outras vacinas para o PNI (Programa Nacional de Imunizações) ou para as Agências das Nações Unidas. O que pode acarretar no aumento de casos da doença e até mesmo no aumento do número de óbitos em função desta falta”, afirma o órgão na nota.