De acordo com levantamento realizado pela gestão de Vinicius Camarinha (PSDB), apenas em 2024, os radares fixos aplicaram 79 mil multas na cidade de Marília, um média de 216,4 multas por dia, considerando que a cidade possui uma frota de veículos de 189.608 unidades, sendo 104.700 automóveis. No último sábado (4), o prefeito realizou a suspensão dos equipamentos, por meio de ato simbólico em um dos aparelhos, na avenida Tiradentes. No entanto, por força de lei, as multas aplicadas até dia 3 de janeiro não poderão ser anuladas.
“Foi a principal reclamação que recebi dos marilienses durante a campanha eleitoral e assumi o compromisso de acabar com essa indústria da multa, que apenas penalizou o trabalhador. Não é aceitável que o mariliense tenha sua vida financeira prejudicada por distração dos radares. Essa medida da gestão anterior foi feita sem estudo e diálogo com o povo”, afirmou Camarinha.
Em entrevista ao Jornal da Jovem Pan, do mesmo grupo de comunicação do O DIA, nesta segunda-feira (6), o presidente da Emdurb, Paulo Alves, detalhou as ações previstas para este início de governo e declarou que a suspensão dos radares terá um impacto financeiro sobre a Emdurb, mas irá buscar as alternativas viáveis. “Vamos atuar com uma gestão forte, fazer a análise dos contratos, cortar despesas onde for necessário para que não haja prejuízo na prestação de serviços”, disse.
Ele fez um alerta aos motoristas explicando que somente os limitadores de velocidade é que foram desligados no momento, mas que os outros serviços dos equipamentos instalados nas ruas continuam ativos. “Pelo software integrado com a Polícia Militar, instalado nas câmeras de monitoramento, é possível identificar através da placa veículos roubados ou furtados. Esse serviço continua a valer”, explicou o presidente da Emdurb.
A presença dos agentes de trânsito foi intensificada e a prefeitura vai realizar ações educativas para que os motoristas se conscientizem dos perigos de trafegar em alta velocidade, declarou o prefeito Vinicius Camarinha. “Já determinei que a Emdurb faça panfletagem e ações no trânsito. Tenho certeza que o povo de Marília vai colaborar para termos um trânsito mais seguro”, afirmou.
Entre tantas críticas em relação aos radares, pesa o apontamento de que os equipamentos não foram auferidos antes da instalação, não houve critério técnico e, tampouco, discussão com os órgãos ligados ao trânsito como a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Samu e até a Polícia Rodoviária Federal, que fiscaliza o trânsito na Rodovia do Contorno, por exemplo.
“Em um ano e meio, o contrato com a empresa teve dois aditivos e isso será avaliado, criteriosamente. Além disso, não houve a integração de informações com a Polícia Militar – que reúne dados de inteligência como o Infosiga – para estabelecer os critérios para instalação dos radares. A zona Oeste é um exemplo da falta de estudo técnico, já que a região registra alto índice de acidente de trânsito e não tem radar”, ressaltou Paulo Alves.
A Emdurb também é responsável pela gestão da rodoviária, terminal urbano e cemitérios. Todos esses equipamentos públicos demandam manutenção e ajustes para melhor atender à população. “Estamos realizando o levantamento de todas a demandas para desenhar o cronograma de trabalho à frente da Emdurb”, afirmou.