Reconhecida oficialmente como município no dia 4 de abril de 1929, Marília completa neste mês 96 anos. Terra ocupada originalmente pelos indígenas Kaingangs, chamados pelos brancos de Coroados, o município resultou da necessidade de se instalar uma estação ferroviária nas proximidades dos patrimônios Alto Cafezal, fundado por Antônio Pereira da Silva e seu filho José Pereira da Silva (Pereirinha); Vila Barbosa, de propriedade dos coronéis Galdino Alfredo de Almeida e José da Silva Nogueira; e do patrimônio estabelecido por Bento de Abreu Sampaio Vidal. Desde 1924, a Companhia Paulista de Estradas de Ferro avançava com seus trilhos de Piratininga até Lácio, que também eram terras do então deputado Bento de Abreu Sampaio Vidal, com o objetivo de escoar a produção de café para o Porto de Santos, e de lá, para os países para onde o produto era exportado.
A estação ferroviária, que deveria receber um nome iniciado com a letra “M”, foi construída nas terras de Bento de Abreu, que embora não tenha sido o primeiro a chegar nessas terras foi um empresário e político influente e visionário que contribuiu sobremaneira para o desenvolvimento do município. Foi ele quem batizou a cidade com o nome retirado do poema de Tomás Antônio Gonzaga, “Marília de Dirceu”.
O município, que surgiu no auge da cultura do café, teve esse produto como sua primeira produção econômica. Com o tempo, o café foi substituído pela produção do algodão, que fez com que fossem instaladas na cidade duas fábricas de óleo. Hoje, Marília é reconhecida como Capital Nacional do Alimento, devido à quantidade de indústrias de biscoitos e doces que aqui se estabeleceram.
Além de contar com a produção industrial, Marília passou a ter o setor de serviços como líder da economia. Setor é seguido pelo comércio, indústria, construção e agropecuária, que resultaram em um PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 9,7 bilhões em 2021, quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os últimos dados. A população estimada é de aproximadamente 250 mil pessoas, que foi formada, ao longo dos anos, por descendentes de japoneses, italianos, portugueses, entre outros.
Com taxa de alfabetização de 97,8%, o município é um polo educacional que abriga universidades e faculdades responsáveis pela população de jovens estudantes que escolhem a cidade para morar.
Também segundo dados do IBGE, 98,85% da população de Marília está concentrada em áreas urbanas, o que demonstra que a população rural diminuiu nos últimos anos. Na comparação entre municípios do mesmo porte, utilizados comumente em análises pelo O DIA, Marília foi a que apresentou a maior redução em relação à população nas áreas rurais entre os dois últimos Censos Demográficos. Entre os motivos do êxodo rural estão a modernização da produção agrícola, a concentração fundiária, a busca por melhores condições de vida, acesso à educação e melhores empregos. O Censo Demográfico 2022 mostrou que mais de 15% da população de Marília reside em um dos seus seis distritos: Amadeu Amaral, Avencas, Dirceu, Lácio, Padre Nóbrega e Rosália.