Marília foi um dos dez municípios paulistas escolhidos para integrar a rede estadual de Unidades Sentinela do Programa Vigiar, iniciativa do Ministério da Saúde voltada ao monitoramento de doenças relacionadas à poluição do ar. A inclusão foi aprovada pela Comissão Intergestores Bipartite do Estado de São Paulo durante a 361ª reunião ordinária, realizada em 18 de setembro de 2025.
O Programa Vigiar – Vigilância em Saúde de Populações Expostas à Poluição Atmosférica – tem como objetivo identificar e acompanhar casos de agravos respiratórios e cardiovasculares associados à má qualidade do ar. As Unidades Sentinela são serviços de saúde que coletam e analisam dados sobre esses agravos, funcionando como pontos estratégicos de vigilância e prevenção.
Além de Marília, participam da primeira fase do projeto os municípios de Araçatuba, Araraquara, Catanduva, Paulínia, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro e São José do Rio Preto.
A criação das Unidades Sentinela faz parte de uma estratégia nacional de vigilância em saúde para detectar e monitorar doenças respiratórias relacionadas à poluição atmosférica. Entre os agravos acompanhados estão asma, bronquite, infecções respiratórias agudas e complicações cardiovasculares, especialmente em crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas.
Essas unidades permitirão identificar precocemente situações de risco à saúde pública e apoiar a adoção de medidas preventivas e políticas públicas locais. Segundo a nota técnica da Comissão, a implantação não exige novas estruturas físicas, sendo realizada em unidades já existentes, como UPAs, prontos-socorros, hospitais e UBSs, que atendam crianças e idosos.
SELEÇÃO /A escolha dos dez municípios levou em conta fatores como níveis de poluição atmosférica, risco de incêndios florestais, presença de estações da Cetesb para monitoramento do ar e capacidade das redes municipais de saúde para executar as ações de vigilância.
A nota destaca que, nos últimos anos, São Paulo registrou aumento de episódios críticos de poluição durante o período de estiagem, entre agosto e outubro, em razão das queimadas e incêndios florestais. Essas ocorrências têm impacto direto sobre a saúde da população, com aumento de atendimentos hospitalares por doenças respiratórias e cardiovasculares.
Para Marília, integrar a rede Vigiar representa um avanço no monitoramento epidemiológico e no planejamento das políticas de saúde pública, com foco na prevenção. O município passará a identificar mais rapidamente os efeitos da poluição sobre a população e poderá orientar ações de controle, mitigação e educação em saúde.
As informações coletadas pelas Unidades Sentinela serão enviadas periodicamente às regionais de vigilância e ao Centro de Vigilância Sanitária, permitindo análises integradas e ações coordenadas em todo o Estado.