O Museu de Paleontologia de Marília, mantido pela prefeitura em parceria com as secretarias municipais da Cultura e do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, recebeu cerca de seis mil visitantes entre janeiro e abril de 2025. Os dados foram divulgados nesta semana pela Secretaria de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico.
Inaugurado em 2004, o Museu é um dos principais equipamentos culturais, científicos e turísticos da cidade, sendo referência no estado de São Paulo em sua área de atuação. O espaço tem como missão promover a pesquisa paleontológica, preservar e divulgar os achados científicos e atrair o público por meio de experiências educativas e interativas.
Além do rico acervo, os visitantes podem conhecer réplicas de fósseis, interagir com um totem digital e explorar o ambiente pré-histórico com o uso de óculos de realidade virtual, que permitem uma imersão de 70 milhões de anos no passado.
A pesquisa de campo desenvolvida pelo diretor do Museu, o paleontólogo William Nava, ganhou destaque internacional ao ser publicada como artigo principal na capa da revista Nature, no ano passado — uma das mais prestigiadas publicações científicas do mundo. O estudo aborda um fóssil descoberto por Nava em 2015: o crânio de uma ave pré-histórica que revela um estágio crucial na evolução das aves, conectando espécies primitivas às modernas. A espécie, batizada de Navaornis hestiae, representa um elo importante na compreensão dessa trajetória evolutiva.
O fóssil foi encontrado na pedreira conhecida como William’s Quarry, localizada no Sítio Paleontológico José Martin Suárez, em Presidente Prudente. Segundo pesquisadores do Brasil, Argentina e Estados Unidos, trata-se de um exemplar com idade estimada entre 85 e 75 milhões de anos. Nava iniciou as escavações no local em 2004, mas foi somente em 2015 que desenterrou o bloco de arenito contendo o crânio e parte do esqueleto da ave enantiornite. Em 2018, ao avançar na análise do material no laboratório do Museu de Paleontologia de Marília, identificou o crânio em notável estado de preservação.
O nome Navaornis homenageia o paleontólogo William Nava, reconhecido por sua relevante contribuição à paleontologia brasileira. “É a ave fóssil do Cretáceo mais bem preservada de todas as Américas, contribuindo significativamente para a compreensão dos processos evolutivos desses vertebrados”, afirma Nava.
Na última quarta-feira (21), o Museu recebeu, diretamente da Alemanha, um exemplar da revista Nature com o artigo sobre a ave fóssil Navaornis — identificada como MPM 200.
O Museu de Paleontologia de Marília está localizado no Complexo Cultural Braz Alécio (avenida Sampaio Vidal, 245 – Centro). O horário de funcionamento é de segunda-feira, das 13h às 17h; de terça a sexta-feira, das 9h às 17h; e aos sábados, das 13h às 17h. A entrada é gratuita. Agendamentos de grupos podem ser feitos pelo e-mail: paleo.adm@marilia.sp.gov.br.