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Operação São Paulo Sem Fogo: aporte de R$ 11 mi para combate a incêndios e preservação ambiental

Preparação das equipes para combate ao fogo teve início nesta quarta-feira (02). Foto: Pablo Jacob/Governo de São Paulo

O Governo de São Paulo deu início, na última semana, à fase amarela da Operação São Paulo Sem Fogo de 2025, uma ação estratégica para prevenir e mitigar os danos causados pela estiagem e queimadas. Esta fase, que antecede o período crítico da seca, foca na preparação e ações preventivas, como a aquisição de equipamentos, treinamentos, contratação de novos agentes e revisão de protocolos operacionais. Além disso, a operação agora conta com multas mais severas para quem provocar incêndios criminosos ou para produtores rurais que não adotarem medidas de prevenção.

O lançamento da nova fase da operação aconteceu no Parque Juquery, em Franco da Rocha, durante um exercício simulado de gestão de incêndios. A Defesa Civil anunciou a aquisição de 101 veículos e 336 equipamentos, incluindo kits de combate a incêndios, com um aporte de R$ 17,3 milhões, que devem ser entregues até o final de maio.

Nos próximos meses, equipes de diversos órgãos envolvidos percorrerão as regiões do Estado para realizar treinamentos com brigadistas e agentes, através de 15 oficinas preparatórias. Durante esses treinamentos, serão distribuídos kits de proteção individual e equipamentos de combate a queimadas para aproximadamente 200 municípios prioritários, com um investimento de R$ 800 mil.

A operação também contará com a ampliação do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), com o reforço nas equipes e a contratação de um novo serviço de meteorologia, que fornecerá previsões e alertas mais precisos. Um novo gabinete de crise será instalado para coordenar a resposta em casos de cenários críticos de incêndios.

Investimento estratégico e novas tecnologias

A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) de São Paulo, com o apoio da Fundação Florestal, está investindo cerca de R$ 11 milhões na operação deste ano. Esses recursos serão direcionados para a contratação de Bombeiros Civis, aquisição de aeronaves e equipamentos como motobombas e mochilas costais, além de um sistema operacional de geolocalização para o controle das equipes e a definição das estratégias de ação.

A Fundação Florestal também realiza, de forma contínua, a retirada de massa vegetal e a criação de aceiros em áreas estratégicas, como no Parque Estadual Aguapeí, Parque Estadual Morro do Diabo, Estação Ecológica do Jataí e outros. Esses aceiros são fundamentais para prevenir incêndios e proteger os ecossistemas e as comunidades locais.

A Semil também implementou alterações significativas na legislação ambiental para combater queimadas ilegais. As novas normas, publicadas na Resolução SIMA 05/2021, estabelecem multas que variam de R$ 5 mil a R$ 10 milhões para proprietários rurais que não adotarem medidas preventivas contra incêndios florestais. Além disso, foram aumentadas as penalidades para quem provocar incêndios em áreas de vegetação nativa ou em terras indígenas, com multas que podem atingir até R$ 3 mil por hectare, podendo dobrar em situações mais graves.

Com a crescente ameaça de incêndios, a Diretoria de Biodiversidade e Biotecnologia da Semil está implementando medidas para proteger a fauna silvestre afetada pelas queimadas. A criação de protocolos de resgate e atendimento a animais, além do desenvolvimento de um protocolo alimentar de emergência, visam otimizar os cuidados com os animais resgatados. Os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetras) estarão preparados para receber os animais afetados, com apoio da Polícia Ambiental e de clínicas veterinárias que atuarão em parceria.

Investimentos recordes em 2024

Em 2024, São Paulo enfrentou a maior seca de sua história, e o governo estadual realizou uma operação histórica para combater os incêndios. Foram mobilizados mais de 15 mil profissionais e investidos R$ 260 milhões em equipamentos e aeronaves. Esse esforço resultou em 1.598 horas de voo das aeronaves e no lançamento de mais de 7,38 milhões de litros de água sobre os focos de incêndio, além de diversas ações preventivas em terra, como a construção de aceiros e a realização de vistorias em áreas vulneráveis.

“Estamos intensificando os investimentos e reforçando o planejamento para garantir uma resposta mais rápida e coordenada. Nosso objetivo é reduzir as ocorrências de incêndios durante o período crítico e proteger nossos ecossistemas e comunidades”, afirma Natália Resende, Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo.

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