O médico psiquiatra Rafael Pascon dos Santos, de 43 anos, foi preso preventivamente na tarde desta quarta-feira (22), após se apresentar voluntariamente à Polícia Civil, na CPJ (Central de Polícia Judiciária) de Marília. Ele passou a noite na carceragem da unidade e, na manhã desta quinta-feira (23), foi transferido para a Penitenciária de Gália, onde permanecerá à disposição da Justiça.
Com o mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça no final da manhã de quarta-feira, buscas foram realizadas em sua residência e em seu consultório, mas, inicialmente, ele não foi encontrado. Por volta das 16h, na companhia de dois advogados, o médico se apresentou à Polícia Civil, onde foi detido.
O psiquiatra é acusado de dois estupros que teriam ocorrido em seu consultório particular, no bairro Salgado Filho, em Marília, e é suspeito de mais de 20 de casos de importunação sexual contra pacientes em Marília, Garça e Lins. As denúncias estão sendo investigadas pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Marília e pelas unidades da Polícia Civil nas demais cidades.
O número de vítimas que decidiram procurar a polícia continua crescendo. A DDM de Garça já registrou cinco boletins de ocorrência por importunação sexual contra o médico. Uma moradora de Getulina também procurou a polícia para relatar um episódio de importunação sexual ocorrido em Lins, entre 2020 e 2021.
O médico foi afastado do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) de Garça e desligado de uma cooperativa de plano de saúde em Marília.
DENÚNCIAS /A Polícia Civil orienta que qualquer pessoa que tenha sido vítima ou testemunhado condutas semelhantes procure imediatamente a Delegacia de Defesa da Mulher. As denúncias são fundamentais para fortalecer as investigações, dar voz às vítimas já identificadas e encorajar outras mulheres a denunciar.
As apurações seguem sob a coordenação da DDM de Marília, que centraliza os casos registrados em toda a região.
O advogado José Luiz Mansur Junior, que defende o psiquiatra, afirmou que Pascon é inocente das acusações e que faltou razoabilidade na adoção de sua prisão preventiva.
“A defesa confia que, com a análise técnica e parcimoniosa do caso, a Justiça reconhecerá a inexistência de elementos concretos que justifiquem a prisão e restabelecerá sua liberdade, permitindo que ele responda às apurações de forma digna e em respeito aos princípios constitucionais da presunção de inocência e do devido processo legal”, disse o advogado.