Alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos) em Marília estão recuperando a esperança e conquistando novas oportunidades por meio dos estudos. O programa atende pessoas com 15 anos ou mais que não completaram até o 5º ano do Ensino Fundamental, oferecendo a chance de retomar a educação e desenvolver habilidades fundamentais.
Cícero Roma da Silva Júnior, de 51 anos, que frequenta a Emef Prof. Antônio Ribeiro, na zona Sul, afirma: “A EJA abre as portas para a gente, que não teve uma chance no passado”. Outro exemplo é Ewerton José Fernandes Pereira, de 43 anos, que destaca a transformação proporcionada pelo programa: “Não gostava de estudar matemática. Hoje, estou amando a disciplina”. Alunas como Valquiria Aparecida Gomes, de 51 anos, e Aparecida Vitalino Garcia, de 70 anos, também relatam como o programa tem sido fundamental para concretizar sonhos pessoais e familiares.
A rede municipal mantém dois polos de atendimento: a Emef Prof. Olímpio Cruz, na zona Norte, e a Emef Prof. Antônio Ribeiro, na zona Sul. O programa faz parte do Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação na Educação de Jovens e Adultos, iniciativa do Ministério da Educação que visa superar o analfabetismo, elevar a escolaridade e ampliar o acesso à EJA.
Pesquisas recentes indicam que a conclusão da Educação de Jovens e Adultos tem efeitos positivos significativos na inserção e estabilidade no mercado de trabalho. Jovens de 19 a 29 anos que concluem a EJA têm 7 pontos percentuais a mais de chance de conseguir um emprego formal, e para a faixa etária de 19 a 24 anos, esse aumento chega a 9,6 pontos percentuais. Além disso, a conclusão pode resultar em aumento de até 4,5% na renda mensal para jovens de 19 a 29 anos, chegando a 7,5% para os mais jovens de 19 a 24 anos.
O Pacto EJA também integra a educação básica com programas de qualificação profissional, como o Programa Dinheiro Direto na Escola para EJA (PDDE-EJA) e o Programa Pé de Meia, que oferecem incentivos financeiros para matrícula, conclusão e participação no Enem.
Projetando a iniciativa para quem segue para o ensino superior, dados de 2024 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que trabalhadores assalariados com ensino superior recebem, em média, R$ 7.094,17, enquanto os sem este nível de escolaridade ganham em média R$ 2.441,16, ou seja, um salário quase três vezes menor. Essa diferença salarial reflete a valorização da graduação no mercado de trabalho brasileiro.
Para a assistente técnica responsável pela EJA, Maraísa Silva Colognese, “nunca é tarde para estudar e, mesmo diante das dificuldades, nossos alunos estão vindo para a escola. Eles são exemplos de que sempre é possível traçar novos desafios e realizar sonhos”. A secretária municipal da Educação, Rosemeire Frazon, reforça que o programa é uma prioridade da gestão: “É um programa que temos o maior carinho, pois está ajudando a transformar vidas e concretizar os sonhos dos nossos alunos. Esperamos aumentar o número de matrículas a cada ano, atendendo às necessidades da comunidade”.
Mais informações podem ser obtidas na Secretaria Municipal da Educação pelo telefone (14) 3402-6300.