O estudante do 4º ano de Engenharia de Produção, Dieimes dos Santos Salamão, apresentou na noite da última quinta-feira (20), na Câmara Municipal de Herculândia, projeto de cogeração de energia elétrica com palha de amendoim. Encontro reuniu o prefeito de Herculândia, Paulo Sérgio de Oliveira, o vice-prefeito Sebastião Rodrigues Neto, vereadores, o secretário municipal da Agricultura, Francisco Simões, representantes de cerealista e produtores de amendoim, além de empresários, cooperativas de agronegócios, representantes do Banco Sicredi e da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral).
A reunião foi conduzida pelo professor Dr. Mário Mollo, da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Tupã, e pelo próprio estudante. Na oportunidade, eles apresentaram o potencial de geração de energia através da queima da palha/casca do amendoim e também um modelo de usina de geração de energia termoelétrica de pequeno porte.
Salamão explicou aos presentes o quanto a geração de energia elétrica a partir da palha de amendoim pode gerar empregos e fortalecer a economia. Ele iniciou o trabalho sobre o tema em 2014 e, por ser morador de Herculândia, enxergou uma oportunidade de crescimento no amendoim. “Vi o quanto eu poderia contribuir com o município através da queima da palha do amendoim, que ainda não é realizada aqui. Com esse projeto, foi apresentada a possibilidade para Herculândia”, explicou.
O estudante informou que o próximo passo será realizar as pesquisas específicas para comprovar o volume do produto que há no município e também em cidades vizinhas. “Depois vamos verificar qual o período de maior produção da palha e, após esse passo, nos reuniremos novamente”. Será analisada a quantidade de queima por dia e o espaço em metros quadrados que serão necessários utilizar para a implantação da usina. Essa etapa pode levar até seis meses.
O engenheiro agrônomo Hugo Arão Cabrini, que também participou da reunião, estima que uma usina de energia pequena traria a geração de 20 empregos diretos, sendo que os cerealistas teriam como benefício o custeio da energia elétrica e a comercialização da energia restante. “Para o meio ambiente, o benefício será a geração de uma energia limpa, descarbonizando a produção do amendoim e agregando valor ao produto em praças que valorizam iniciativas sustentáveis. Por último, a segurança energética da região onde se tem uma usina seria maior, pois dependeria menos das fontes tradicionais de geração de energia que estão a centenas de quilômetros de distância”, informou.
De acordo com Cabrini, um saco de amendoim com casca tem 70% do grão/semente e 30% de casca, ou seja, para cada 1 tonelada de amendoim beneficiado se obtém 300 kg de casca, o que gera grande quantidade de resíduos. Atualmente, essa palha já é comercializada para a geração de energia em caldeiras, mas a proposta da reunião foi a de buscar parcerias para o estudo da quantidade total de casca/palha de amendoim gerada no município e estudar a viabilidade financeira de instalação de uma Usina Termoelétrica em Herculândia. “Para fins de estimativa, 3 toneladas por hora de casca de amendoim geram 1 megaWatt/hora, o que abastece em torno de três residências”, salientou.