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Trabalho de recuperação ambiental após queimadas será longo e rede cresce em Pompeia

Os indicadores não param de subir. A todo momento, os dados são atualizados mostrando a devastação dos incêndios em todo o estado de São Paulo e no país. Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), foram registrados focos de incêndio em 405 municípios paulistas e, até o dia 22 de setembro, o Estado registrou 7.296 queimadas, sendo que agosto foi o mês com maior número, 3612.

Em Pompeia, as centenárias fazendas Guaiuvira e Água do Cedro, onde a mata nativa cobre mais da metade da área total das propriedades, sofreram o maior incêndio florestal da história. O fogo atingiu quase a totalidade dos 1.500 hectares de mata, além de 260 hectares de pastagens e cercas.

Conforme já noticiado pelo O DIA, as duas fazendas desenvolvem, há décadas, um projeto ambiental conjunto de preservação da vegetação nativa, que é uma floresta de transição entre a Mata Atlântica e o Cerrado, denominada Floresta Tropical Semidecídua, voltado para preservar espécies da fauna e flora, nascentes, viveiros para produção de mudas e manutenção de apiários. 

Em grande esforço coletivo, que soma o trabalho de funcionários, voluntários, órgãos de defesa do meio ambiente, entre outros, estão sendo realizadas ações diárias para tentar minimizar a devastação e garantir a sobrevivência dos animais silvestres, que perderam seu abrigo e fontes de nutrição, por meio da doação de frutas, verduras e ração para pets. 

O site das propriedades rurais traz o relato da situação e faz um apelo para colaboração. Os esforços de recuperação incluem a reconstrução de cercas para evitar a entrada do gado em áreas de recuperação e a ampliação do viveiro de mudas de árvores nativas para acelerar a regeneração da floresta. Doações podem ser feitas através da chave pix: sos@guaiuvira.com.br.

Recentemente, foi registrado o aumento da presença de animais silvestres em busca de alimento e água nas imediações. Foram avistados uma anta com filhote, onça parda e macacos, indicando que as ações estão no caminho certo. O gestor da fazenda, Mario Bastos, explica que avistar animais considerados do topo da pirâmide alimentar, como a onça, por exemplo, é um bom sinal. Esses animais necessitam de grandes extensões territoriais para sobreviverem e a mata preservada é a casa de muitas espécies.

TECNOLOGIA

Os danos causados pelo fogo em todo país acenderam o alerta da urgência de investimentos sérios em tecnologias mais eficientes no combate a incêndios, como é o caso dos testes realizados pelo Governo de São Paulo com retardante de chamas. 

O produto utilizado nos testes mostrou capacidade de combater os incêndios florestais cinco vezes mais rápido que o uso da água. A Defesa Civil calcula que a substância reduz em até 60% os gastos com aeronaves utilizadas em grandes queimadas, levando em conta o tempo ganho na substituição da água.

Atualmente, existem mais de 175 produtos químicos descritos como retardantes de chama no mercado e a ideia remonta os primórdios da civilização. Os egípcios em 450 A.C. já utilizavam alume para diminuir a inflamabilidade da madeira. 

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