O prefeito eleito de Marília, Vinicius Camarinha (PSDB), em entrevista ao Jornal da Pan na última sexta-feira (25), destacou os principais desafios que deve enfrentar a partir do início de seu mandato. Equilibrar o caixa da prefeitura, que hoje tem um rombo mensal em torno de R$ 40 milhões, segundo informou, e como superar a “desastrosa” concessão do Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília) são alguns deles. Outro ponto de atenção levantado foi a inércia da administração municipal em instaurar o processo de transição de governo.
Vinicius foi enfático ao afirmar que seus primeiros atos à frente do Executivo serão convocar um mutirão da Saúde e suspender todos os contratos (incluindo dos radares), a partir de 1° de janeiro, que passarão por uma auditoria. Ele ainda criticou a atual gestão por continuar a comprometer o orçamento com despesas que vão ficar sob sua responsabilidade. “O que me parece é que o desejo deles é tornar nosso governo inviável e isso é lamentável. Quero que a população saiba o que está ocorrendo. Temos que ter espírito público”, afirmou.
Sobre a evolução da dívida pública em Marília nos últimos anos, o prefeito eleito declara que irá “fechar a torneira”, reduzindo toda e qualquer despesa que não for essencial para a cidade, com a realização de uma auditoria contábil. “Os números que estamos encontrando no Portal da Transparência em relação às contas da Prefeitura de Marília são assustadores”, avaliou Vinicius, que aponta a complexidade em colocar “a casa em ordem”.
REVISÃO /Tema de grande importância para a cidade, a concessão do Daem também foi avaliada na ocasião. “A previsão de uma concessão séria do Daem daria à cidade uma expectativa de R$ 300 a R$ 400 milhões de outorga à vista, que a iniciativa privada colocaria à disposição da prefeitura para investir em qualquer área. Estou indignado com o que fizeram com a concessão do Daem, o maior patrimônio do município. Essa gestão comprometeu cem anos do futuro da nossa cidade”, lamentou o prefeito eleito.
De acordo com dados apresentados por ele, a concessão como foi feita vai trazer para os cofres públicos cerca de R$ 2 milhões por mês. “Esse valor não paga nem o custo dos funcionários do Daem que são cedidos para a prefeitura, processo que já está em R$ 2,5 milhões, pelas nossas contas.”
Por fim, Vinicius disse que a situação “foi uma grande jogada em total prejuízo à população” e que previdências precisam ser tomadas. “O maior crime dos últimos 90 anos da história de Marília.”