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Aeroclube e Rede Voa divergem sobre serviços de segurança no Aeroporto de Marília

Caminhão para combate a incêndios estacionado dentro do aeroporto. Foto: Aeroclube de Marília

Uma divergência entre o Aeroclube de Marília e a concessionária Rede Voa, responsável pela administração do Aeroporto Estadual Frank Miloye Milenkovich, reacendeu o debate sobre a estrutura de segurança da unidade. O ponto central da polêmica gira em torno da desativação do serviço de salvamento e combate a incêndio — o SESCINC (Serviço de Prevenção, Salvamento e Combate a Incêndios em Aeródromos Civis) —, o que, segundo o Aeroclube, compromete a segurança das operações e coloca em risco passageiros e tripulações.

Em nota de repúdio divulgada recentemente, o Aeroclube de Marília afirma que o serviço foi removido há mais de um ano sem aviso prévio à população, operadores e usuários do aeroporto. A entidade, que atua há 85 anos no local, destaca que toda a infraestrutura do serviço ainda está presente no aeroporto — como caminhão de combate a incêndio, equipamentos, reservatórios de água e prédio específico —, mas que os 16 profissionais especializados que atuavam na função foram substituídos por apenas um servidor, que desempenha funções de zeladoria.

Segundo o Aeroclube, mesmo com a retirada do serviço, ainda consta em documentos oficiais, como o Rotaer (Manual Auxiliar de Rotas Aéreas), que o SESCINC segue ativo 24 horas, o que poderia induzir pilotos e operadores a erro, especialmente em situações de emergência. A nota também aponta a ausência de Notam (Aviso aos Aeronavegantes) informando a desativação do serviço, o que, na visão da entidade, aumenta o risco nas operações aéreas. “Provavelmente, a Azul deixará de operar, pois os seguros geralmente aplicam a regra de maior restrição de segurança”, declarou o Aeroclube em resposta enviado ao jornal O DIA.

A concessionária Rede Voa, por sua vez, afirma que o Aeroporto de Marília, de acordo com a classificação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e as diretrizes do RBAC (Regulamento Brasileiro da Aviação Civil) nº 153, não é obrigado a manter o serviço SESCINC. Mesmo assim, a empresa garante que há um servidor treinado para resposta a emergências e que um caminhão de combate a incêndio equipado está disponível no local para eventual necessidade.

A Voa também informa que o Plem (Plano de Emergência) do aeroporto está atualizado e validado pela Anac, o que comprovaria, segundo a concessionária, o compromisso com a segurança operacional.

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