A tragédia ocorrida na Penitenciária de Marília ganhou um novo desdobramento na noite deste sábado (29), após a Santa Casa confirmar o oitavo óbito entre os detentos que estavam na cela incendiada no setor de inclusão na tarde do último dia 25. O autor do incêndio permanece internado sob escolta da Polícia Penal, ainda sem previsão de alta.
A vítima mais recente é Augusto da Silva Gonçalves, de 34 anos, que morreu às 20h30 em decorrência de queimaduras e inalação de fumaça, conforme ficha hospitalar. Ele estava internado na UTI da Santa Casa desde o dia do incidente.
O incêndio começou por volta das 16h45, quando o preso Leandro Inácio da Silva, de 33 anos, apontado pela Polícia Civil como responsável por atear fogo em seus próprios pertences, provocou a rápida propagação das chamas dentro da cela. O local abrigava 14 detentos em regime de inclusão e disciplinar no momento do fato.
A fumaça tomou o setor em poucos segundos. Policiais penais iniciaram a abertura das celas e o resgate dos presos — muitos já desacordados. Equipes do Corpo de Bombeiros, ambulâncias da unidade prisional e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foram acionadas.
Sete detentos morreram ainda durante o atendimento inicial e nos primeiros socorros em hospitais. Com a morte de Augusto, o total de vítimas fatais chega a oito.
Leandro Inácio da Silva segue internado e foi autuado em flagrante por homicídio e lesão corporal. Ele deverá ser apresentado em audiência de custódia assim que receber alta médica.
As vítimas identificadas são: Doildo Diego Pires, 35 anos; Wallace Ferreira dos Reis, 22; Charles Andrey Souto Silva, 44; Wender Felipe Maciel, 25; Matheus Gregório da Silva, 22; Caio Vinícius Oliveira, 25; Thiago Nascimento de Oliveira, 33; e Augusto da Silva Gonçalves, 34.
Outros detentos sobreviventes permanecem internados na Santa Casa e no Hospital das Clínicas de Marília. Policiais penais que atuaram no resgate também receberam atendimento por inalação de fumaça, mas todos já tiveram alta.
A Polícia Civil abriu inquérito e aguarda o laudo da perícia, que deve esclarecer a dinâmica da propagação das chamas e as condições estruturais do setor de inclusão. A SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) ainda não divulgou nova nota após a confirmação do oitavo óbito.