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Mais de 3 mil aguardam por consulta com psiquiatra e vereador cobra ações

Caps da rede básica; município conta com seis psiquiatras para os atendimentos. (Foto: Assessoria de Imprensa)

Números divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde revelam que, em Marília, até janeiro, mais de 3 mil pessoas aguardavam por atendimento com um psiquiatra na rede básica. E essa falta de assistência especializada em saúde mental tem sérias consequências. Segundo boletim dos agravos de notificação compulsória da 9ª semana, encerrada no dia 2 de março, o município registra este ano 128 casos de violência autoprovocada (tentativas de suicídio). No ano passado, no mesmo período, eram 41 e, em todo o ano, foram 423.

O levantamento da demanda reprimida de atendimento em saúde mental foi solicitado pelo vereador Danilo Bigeschi, o Danilo da Saúde (PSB), que cobra do prefeito Daniel Alonso (sem partido), em requerimento, a oferta de assistência a esses pacientes. A solicitação será votada na próxima sessão da Câmara, no dia 11. 

Ainda de acordo com os dados da Saúde, o total de pacientes que aguarda agendamento de consulta com psiquiatra é de 3.172 e a oferta mensal é de 52 atendimentos, o que gera um tempo médio de espera de 61 meses, mais de cinco anos. “Fiz essa solicitação após receber esses dados em janeiro e em razão do aumento assustador no número de suicídios ocorridos, bem como pela falta de suporte para diagnóstico e assistência aos pacientes da saúde mental na cidade. Só este ano foram 128 tentativas de suicídio, a maioria relacionada à depressão, que é considerada pela Organização Mundial de Saúde a principal causa de suicídios, que vitimizam jovens, adultos e idosos e deixam sequelas emocionais nos familiares, que precisam também ser acolhidos”, destaca o vereador.

Atualmente, a rede básica, segundo relatório da Saúde encaminhado ao edil, conta com seis psiquiatras e 22 psicólogos. Há vários meses, reiteradamente, o Comus (Conselho Municipal da Saúde) vem cobrando do município, com urgência, a contratação de profissionais para a Rede de Atenção Psicossocial, como psiquiatras, psicólogos e terapeutas ocupacionais.

Para vereador, número de casos pode ser ainda maior

No requerimento cobrando providências imediatas do prefeito para o enfrentamento do atual cenário da saúde mental no município, Danilo da Saúde diz que o número de casos de tentativas de suicídio este ano pode ser ainda maior. “Sabemos que há um grande número de tentativas de suicídio em que as pessoas não passam por atendimento e, portanto, não são notificados, ou seja, não estão nos registros oficias. Certamente, esses números são muito mais elevados”.

Ele chama a atenção para a elaboração de estratégias, investimentos e ações para o enfrentamento deste grave problema de saúde pública. “A depressão pode gerar condições que levam a um padrão de comportamento suicida. A relação entre suicídio e transtornos mentais, principalmente a depressão, é amplamente evidenciada. Dentre os diagnósticos psiquiátricos associados ao suicídio, portanto, a depressão se destaca sobremaneira. E dentre as principais queixas dos pacientes e familiares está a falta de acesso às consultas e tratamento na rede municipal de saúde”. 

O parlamentar pede o encaminhamento do requerimento ao Comus, Conselho de Medicina, Associação dos Médicos e Núcleo de Psicanálise de Marília.

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